South American Tour IFMR-SA 2012

 




IFMR-SA South American Tour 2012
Relato da viagem


Introdução

Na última viagem grande que fizemos, eu e a Chris, houve o caso da moto dela que se incendiou no Chile e ficou por lá. Para nós foi um problema pontual, tanto que continuamos a viagem em uma moto só, seguindo o planejado. O fato é que, com o acontecido, cheguei à conclusão que os relatos são apenas para marcar nossa história para nós mesmos. Quem os lê a procura de informações, nem sempre lê tudo o que escrevemos ou, sente as emoções que colocamos nas palavras e, quem leu o relato da última viagem, o fez para saber sobre o caso da moto pegando fogo. Em resumo, relatos de viagem, ao menos as que fazemos, servem apenas como diário nosso mesmo. O povo “quer ver o circo pegar fogo” e não as boas experiências e emoções.
 
 
A moto (que restou) parecia um caminhão tanque de tanta bagagem!
 
 
Estamos bem longe de sermos grandes conquistadores, exploradores ou algo do tipo. As “grandes viagens” para nós, tem mais a ver com a experiência e desenvolvimento pessoal do que qualquer outra coisa. Por algum motivo que ainda não consigo entender, sempre que sei ou conheço um pouco de algo, tenho a vontade aguda de passar isso pra frente. Tenho medo daquela frase “Quem sabe faz, quem não sabe, ensina”, mas mesmo assim faço isso.

Na volta da viagem de 2011, comecei a pensar se não seria interessante formar um grupo para visitar os locais que visitamos nela. Costumamos fazer um planejamento tão completo dos locais a visitar, focando não o comum, mas as possibilidades “ao redor” de visitação. Será que seria interessante passar essa experiência? Passar a forma como pesquisamos, como elaboramos todo o planejamento e executamos nossas viagens? E sei lá por que, mas a vontade reincidente reincidiu. Comecei a pensar seriamente em formar um grupo e entrar de cabeça no papel de guia turístico. Talvez para saber como seria, ou para desenvolver relações pessoais.

Quando lancei a ideia para alguns amigos mais próximos, alguns apoiaram e outros nem tanto. Um chegou até a me falar que o que eu queria era promoção pessoal, que eu não passava de um “mimado”, vai entender! Se eu não entendo o porquê, como vou exigir que outra pessoa o entenda. Fato é que eu estava animado e ansioso em empreender uma viagem assim, com esse padrão de planejamento e de responsabilidade. Uma viagem em grupo, onde a organização total seria minha. Planejamento, roteiro, hospedagens e passeios seriam todos desenvolvidos por mim. Eu repassaria aos participantes a experiência que já havia adquirido, faríamos um passeio lindo por lugares alternativos até certo ponto e, de alguma forma, eu me realizaria naquela vontade reincidente. Vai entender de novo!

No inicio, prepotentemente, pensei em cobrar uma taxa para os participantes a título de “pagamento da minha experiência”. Depois, pensando melhor, e reagindo às patadas do amigo que me chamou de “mimado”, achei por bem cobrar sim, mas reverter esse valor para uma doação. Fiz isso mesmo e, além de me sentir melhor, foi mais fácil de o pessoal pagar ou, doar. Se eu cobrasse um valor que ficaria para mim, talvez a responsabilidade se transformasse em obrigação de sucesso e isso me deu certo receio. Enfim, assim funcionou.

Fiz o convite ao nosso grupo de amigos e de inicio tivemos mais de 40 interessados que, aos poucos foram diminuindo até formar o grupo final, de oito pessoas, sendo dois casais, então em sete motos, contando com a minha. Do convite ao início da viagem, se passaram sete meses e, enquanto o grupo ia se definindo, eu ia preparando o planejamento.



1ª Fase – Planejamento

                Existe satisfação maior do que a de conquistar a confiança das pessoas que te seguem? Antes de falar do planejamento em si, quero falar sobre isso: sabe quando você está indo bem nos negócios ou em um esporte e outra pessoa fala “nossa você tem muita sorte hein!”? Aconteceu isso comigo durante a viagem, por conta do planejamento. Estávamos em algum lugar, algum posto ou parada e eu estava escutando os companheiros conversarem, quando um deles fala pro outro que aquelas paradas, a cada 150 quilômetros, eram coincidências! Ou seja, as horas que passei na frente do computador verificando as estradas onde havia paradas com esse intervalo, por conta das motos com menor autonomia, tinham sido interpretadas como coincidência. Um dos amigos, gozador de primeira categoria, já vira aos berros falando “nossa André, o cara chamou teu planejamento de coincidência!” e caímos todos na risada e, pior, o que falou que era coincidência, ouviu durante toda a viagem, a cada parada, a cada posto, a cada hotel, aquela gozação. Coisas de amigos e de viagens, mas olhem, é o mesmo da frase que mencionei acima, “nossa você tem muita sorte hein!”. Eu fiquei lisonjeado com isso!

                Agora falando do planejamento. Eu o dividi em duas partes inicialmente. Uma para antes do grupo definido, onde falei de generalidades como a preparação do participante, da moto, documentações e etc, e outra, já depois de definido quem realmente participaria, falando dos hotéis, passeios e do trajeto definitivo.

                 Na etapa do planejamento foram enviados aos oito participantes um total de 36 emails. Neles foram descritos coisas como: Informações introdutórias de como se portar em grupo e os objetivos da viagem, os mapas do trajeto, a documentação necessária para a viagem, listas de bagagem, peças sobressalentes, remédios entre outros. Fiz alguns emails mais completos falando sobre as fronteiras e os trâmites envolvidos na passagem da pessoa (migração) e da moto (aduana) por elas, alguns também sobre legislação de trânsito e de seguros.


Bagagem sendo preparada...


...enviava sempre fotos assim para motivar o pessoal...


...ou desmotivar!!!
 

                Como para muitos seria a primeira grande viagem, fiz contato com alguns lojistas para negociar descontos, para que esses amigos pudessem comprar equipamentos com algumas vantagens. Assim também o fiz para a contratação de seguros, câmbio de dinheiro e outros.

                Enquanto os companheiros se preparavam, comecei a definir os locais onde nos hospedaríamos e assim negociei com cada um deles nossas diárias. Fiz isso também com as oficinas onde faríamos manutenções nas motos. Aliás, com relação à manutenção das motos, uma coisa a se prestar atenção em planejamento é a questão do calendário dos países a se visitar. Cheguei a um ponto onde tinha que remanejar a revisão de troca de óleo das motos por conta de um feriado no Chile. A troca que seria feita em Antofagasta, acabou sendo feita antes, em Santiago por conta de feriados na data em que estaríamos lá.

                A autonomia das motos também foi um ponto a ser trabalhado no planejamento. Algumas não passariam de 200 quilômetros e, sendo assim, algumas estradas nós teríamos que evitar.

                Durante esse período, a troca de mensagens foi bastante intensa, tanto entre todos os participantes quanto pessoalmente. Em alguns casos específicos onde se fazia necessária alguma ferramenta especial ou alguma peça sobressalente a mais, eu tratei pessoalmente com o amigo dono da moto.

                Para mim foi interessante o fato de um dos amigos viajar de GS 650, uma moto igual a “fogueteira” da viagem passada. Tive um cuidado especial com ele. Pedi algumas ferramentas específicas e até comprei uma para lhe presentear, tal era a preocupação minha com a moto. Foi uma experiência ir uma moto como a antiga da Chris, até para que tirasse da cabeça a impressão ruim.




Os participantes

O grupo ficou bastante eclético, tanto em pessoas quanto em motocicletas.

Os nove participantes:

Eu, André Carrazzone, de São José do Rio Preto – SP, com uma DL650;

Eduardo Bulgarelli, de São José do Rio Preto – SP, com uma DL1000;

João Otávio, de Poços de Caldas – MG, com sua MT-03;

Alexander Bernardi, de São Paulo – SP, com uma G650GS;

Celso Junqueira, de São José do Rio Preto – SP, com sua Tiger 955i;

Paulo Zandinar e Neusa, de Francisco Beltrão, PR, com a Shadow 750 e

José Marcio Gomes e Eliana, de São José do Rio Preto – SP, com a Bandit 1250s.


Eduardo, Celso, Paulo e Neusa, Alex, Eliana e Zé Marcio,
eu e a Chris dentro do note!!!



2ª Fase - A viagem e seus acontecimentos

O roteiro da viagem, idêntica a que eu e a Chris fizemos em 2011 foi o seguinte:

- 1º dia: Saída “oficial” em São José do Rio Preto – SP, com o encontro dos amigos João e Alex com o pessoal de Rio Preto, que vieram de Poços e São Paulo respectivamente. Chegada em Maringá – PR;

- 2º dia: De Maringá – PR para São Miguel Doeste – SC;

- 3º dia: De São Miguel Doeste – SC para São Borja – RS. Na saída de São Miguel nos encontramos com o casal Paulo e Neusa;

- 4º dia: São Borja – RS para Santa Fé, Argentina;

- 5º dia: De Santa Fé para Mina Clavero;

- 6º dia: Seguimos de Mina Clavero para Potrerillos, ao pé da Cordilheira dos Andes;

- 7º dia: Entramos no Chile pelo Paso Los Libertadores seguindo até Santiago;

- 8º e 9º dias: Passamos esses dois dias em Santiago;

- 10º dia: De Santiago fomos para La Serena;

- 11º dia: De La Serena para Taltal;

- 12º dia: Seguimos para Antofagasta;

- 13º dia: De Antofagasta fomos para San Pedro Atacama;

- 14º e 15º dias: Dias de passeios em San Pedro;

- 16º dia: Saímos de San Pedro rumo à San Salvador de Jujuy, novamente na Argentina, entrando pelo Paso de Jama;

- 17º dia: De Jujuy seguimos para Cafayate;

- 18º dia: Dia de passeios por Cafayate;

- 19º dia: Início da volta, saindo de Cafayate e seguindo até Santiago Del Estero;

- 20º dia: De Santiago Del Estero até Resistência;

- 21º dia: Saímos de Resistência até Puerto Iguazú, fronteira com o Brasil. O casal Paulo e Neusa seguiu conosco parte do caminho e depois rumaram à Francisco Beltrão, chegando em casa neste dia mesmo;

- 22º dia: Compras no Duty Free cedo e depois, Maringá novamente;

- 23º dia: Final da viagem, de Maringá até São José do Rio Preto para parte do grupo e, para o João, Ribeirão Preto e, Alex, São Paulo.


A partir da saída em Rio Preto, no dia 21 de outubro, fomos para Maringá, onde o amigo Emerson estava comemorando seu aniversário. Programamos nossa chegada para o almoço e encontramos, além do aniversariante, vários amigos de outras regiões, foi muito bom!


à frente da foto, o aniversariante à direita, agachado junto ao seu irmão, Bella
 

Saímos no outro dia bem cedo de Maringá para São Miguel, onde encontraríamos o Paulo e a Neusa, mas, bem no finalzinho da viagem, faltando algo como 20 quilômetros para a chegada, começou um temporal como poucos eu vi. Naquela esperança Brasileira, não acreditei que teria que parar para colocar capa de chuva e os outros apetrechos impermeáveis, mas, ledo engano, o “toró” foi de arrebentar. Ventos fortíssimos, vindos da lateral, numa serra bem aberta, com visibilidade absurdamente baixa, terrível! Segui o que foi possível e quando me dei conta já não via o grupo todo pelo retrovisor e estava ensopado. Paramos em um posto e a ansiedade e responsabilidade pelo grupo começou a me atordoar. Fiquei a beira da proteção do telhado do posto, esperando um sinal do Celso e o José que ficaram pra trás. Foi bem complicado! Após alguns minutos eles chegaram para meu alívio e dos demais. Lógico, mais inteligentes que eu, pararam para colocar a capa de chuva e vinham seguindo mais lentos por causa da visibilidade.

Chegamos a São Miguel, mas nada de o Paulo e a Neusa chegarem. Depois eles nos mandaram uma mensagem dizendo que, também por causa da chuva, haviam parado uns 40 quilômetros antes, inteligentemente, na cidade de Guarujá do Sul, e nos encontrariam no dia seguinte.

No dia seguinte, a prova de fogo. Início da viagem, já com bastante chuva. Mas o Paulo chegou, animado, com a Neusa na garupa, já com a máquina fotográfica “engatilhada”, acho que isso deu um animo especial e saímos então de São Miguel, embaixo de chuva mesmo, sentido São Borja. A chuva nos acompanhou só no comecinho da viagem, que foi excelente. Ficamos num Hotel a beira da rodovia, o Executivo Parque Hotel. Jantamos por lá, já cheios de histórias para contar sobre as chuvas que cada um havia pegado no dia anterior.

 De São Borja entramos na Argentina, rumo à Santa Fé. Na aduana, os que não haviam trocado dinheiro, lá o fizeram e já tomei o primeiro “negativo” do planejamento. Indiquei aos amigos trocarem dinheiro aqui no Brasil, inclusive negociei o cambio com a casa de cambio que costumo fazer. Na aduana o cambio era muito mais barato do que o que fizemos aqui no Brasil. Foi dureza ver alguns amigos desanimados com isso. Eu também, apesar de que já tinha pesos suficientes para a viagem, trocados em outras viagens. Mas... bola pra frente! Seguimos viagem rumo a Santa Fé. Muita polícia na estrada, mas sem nenhuma interferência significativa.

O fato do dia foi o João, que após nossa saída da RN 14, entrando na RN 127, saiu “desvairado” na frente do grupo, contrariando minha indicação de segurança ao andar em grupo. O perdi de vista, mas confiei na sua habilidade e sensatez. Agrupamos novamente e ele ficou algumas motos para trás de mim. Quando olho pelo retrovisor, vejo que ele e o Alex pararam na entrada de uma cidade. Parei, virei e voltei e, como havíamos combinado, cada um cuidava do parceiro que vinha atrás, todos me viram virando e também retornaram. O João havia acertado um buraco, dos grandes, e amassado a roda traseira da moto que fez com que o pneu esvaziasse. Menos mal que estávamos em uma cidade, mesmo que pequena, que haveria de ter uma borracharia. Logo que parei ao lado da moto dele e vi o estrago, uma viatura de polícia veio em nossa direção e já acenei a eles perguntando onde havia uma “gomeria”. Eles me indicaram uma há uns 200 metros dali. O João foi então, empurrando a moto, ligada e engatada, até a borracharia. Eu, fui à frente e o senhor que me atendeu (bem mal), me disse que não trabalhava com motos e que a borracharia do outro lado da rodovia sim, trabalhava com motos. Olhei para lá e vi que estava fechada e falei para o senhor isso. Ele me falou para bater na porta que o borracheiro me atenderia. Fomos então para lá, o João já suando todos os litros de água que tinha no corpo, mas fomos. Bati na porta várias vezes. Bati mais um pouco. Daí bati mais uma vez e um senhor, tamanho 1,60 x 1,00 m abriu a porta. Expliquei que a moto precisaria de uma câmara de ar e que eu a tinha comigo, que precisava apenas que ele tirasse o pneu da roda. O senhor olhou bem pra mim e falou que não desmontaria a roda da moto. Eu falei que desmontava e ele então se prontificou a fazer o trabalho. Tirei a roda e o senhorzinho tirou o pneu do aro. Já pedi a câmara de ar para o João, mas, o senhorzinho veio com uma marreta, ou melhor, um porrete, ou melhor, uma baita marreta, e disse que achava que conseguiria desamassar o suficiente para o ar do pneu ficar nele. É difícil confiar nisso por que já vi uma roda, minha mesmo, ser quebrada em pedaços com uma única pancada. Mas o “tiozinho” foi em frente, comigo segurando a vítima com receio. Aos poucos o velinho conseguiu mesmo desamassar a roda, montou o pneu, encheu, e não é que ficou boa? Para resumir, por que isso demorou um bocado, tudo foi conversado com o “tiozinho”. Futebol, motocicletas, que depois descobrimos que ele também tinha uma, enfim, acabou sendo tranquilo.
 

 
 
 


 
Saímos de lá, andamos mais uns poucos quilômetros e vi o João novamente parando na rodovia. A moto estava vazando gasolina, algo que já havia acontecido com ele. Ele me disse o que poderia ser, desmontamos o tanque e foi certeiro. A mangueira da bomba de combustível havia desconectado do tanque. Uns parafusos, umas porcas, click, e seguimos viagem até Santa Fé.
 

 


 
No outro dia, uma passagem que me preocupava por conta da polícia corrupta, San Francisco. Na entrada da cidade um comando, o policial me acenou para seguir e ainda por cima me desejou “buen viaje”. Pensei comigo que seria tranquilo. Na cidade nenhum policial e fui tranquilizando mais ainda. Na saída, quase em frente ao posto onde abasteceríamos, outro comando. Neste o policial veio com “a faca nos dentes”. Em resumo, bem resumido, puxei a conversa do policial toda pra mim, falei umas mentirinhas e colou! Anos de experiência policialística Argentinenha!!!
 

No posto, depois das mentirinhas!
 

Bom, daí para frente a viagem realmente começaria. Para mim por que havia passado o que tanto me preocupava e para os companheiros por que começariam as lindas paisagens Argentinas e Chilenas.

Passamos por Cordoba, pelo anel viário da cidade, em seguida pela Cuesta Branca e Serra de Mina Clavero. Tudo lindíssimo como sempre. Menos frio do que eu esperava. Segundo os companheiros, dia perfeito! Todos ficaram muito felizes com o passeio e começaram a sentir o que seria a viagem! Ficamos no mesmo hotelzinho que eu havia ficado com a Chris em 2011, o Coronado.
 

Cuesta Branca

Serra de Mina Clavero, Alex e Edu
 
Motos em frete ao Hotel Coronado


 Dia seguinte, saímos cedo de Mina Clavero para seguir até Potrerillos, um pouco a frente de Mendoza, já no início da Cordilheira.

Interessante que ao avistar a Serra de Mina Claveiro, no dia anterior, o Celso e o Alex pensaram ser já a Cordilheira, mas os avisei que ali era bem menor do que veriam.

A chegada a Potrerillos é linda! Avistamos o lago com o mesmo nome da cidade, formada por degelo e pelo rio Mendoza. Ficamos nas Cabañas Andinas, indicação de um amigo que já havia ficado ali. Não tem restaurante, o que nos rendeu um passeio de moto, por uns três quilômetros, serra acima, à noite, com bastante frio, para ir a um restaurante. Eu paguei caro por isso, vou contar jajá. Detalhe, o Celso não quis pegar a moto e foi na garupa do Alex, cena curiosa!!!
 

Vista da Cordilheiro, do Cabañas Andinas
 
Mais uma, é demais!!!
 
Uma imagem fala mais que mil palavras...medonho!!!
 
 
 No dia seguinte, saímos das Cabañas que também não tinha café da manhã, mas eu sabia que haveria um bom posto de combustível à frente para isso. Paramos lá, tomamos um café bem “mequetrefe” e seguimos rumo à Cordilheira.

Em 2011 um motociclista faleceu em decorrência de um acidente de moto, na subida da Cordilheira, há 70 quilômetros de Potrerillos. Como havia participado do grupo que ajudou os companheiros dele naquele momento, resolvi por bem fazer-lhe uma homenagem quando passássemos ali. Mandei confeccionar um troféu para a homenagem, com seu nome, indicando as amizades, que mesmo após sua vida aqui, havia conectado comigo.

Há uns 20 quilômetros do local, começou a ventar muito e a parada foi bem complicada. Com acostamento estreito e muito cascalho no mesmo, mas paramos e fizemos a foto. Fiz minhas orações e posso afirmar que foi muito gratificante e emocionante ao menos para mim.
 

 

 



 Seguimos então para o Paso Los Libertadores. Começou a chover, com frio e bastante vento. Condição totalmente oposta à que peguei em 2011. Paramos mais uma vez para colocar as capas, galochas e afins e seguimos lutando contra o vento e, agora o frio também. Paramos na Puente Del Inca para fotos, na entrada do Aconcágua e finalmente passamos o Túnel Cristo Redentor. Essa estrada é uma surpresa atrás da outra, uma foto mais linda que a outra, sempre, mesmo com tempo fechado. A chuva passou rápido, antes mesmo da Ponte. Fizemos os trâmites aduaneiros, sempre complicados e demorados, e seguimos para Santiago.
 

Os infinitos túneis antes da Cordilheira
 
 
 

 
 
Entrada do Túnel Cristo Redentor
 

Saída do Túnel Cristo Redentor...uma luva do Alex voou...


...ele pegou, mas foi difícil e teve que ter recompensa!
 

Caracoles depois da Aduana...ano passado, aquele lago ali estava marrom


Em Santiago, no dia seguinte, o pagamento do dia em Potrerillos que andamos de moto à noite. O “esperto” aqui foi para o restaurante bem desprotegido e consegui pegar uma “baita” gripe, daquelas completas mesmo! Acordei bem mal, com nariz escorrendo, ouvido tampado, tossindo, enfim, “daquele jeito”! Combinei com o pessoal de acordar um pouco mais tarde e, após o café, seguirmos ao Valle Nevado. A subida do Valle é sempre linda, com muitas curvas e paisagens de tirar o fôlego. Lógico que rendeu muitos “megas” de fotos e vídeos.

Na subida, segui um pouco a frente, para encontrar uma parede cheia de neve e recepcionar o pessoal com uma “bolada”. Fiz isso com todos, muito legal pra mim e, imagino também pra eles! Quando cheguei lá em cima, depois deles, é claro, vários quilos de bolas de neve me esperavam, foi ótimo!

O Paulo e a Neusa, campeões no aproveitamento dos passeios, seguiram para cima do Valle, alugaram botas impermeáveis se divertiram muito lá em cima. Fiquei ali embaixo, quietinho por conta da gripe, vendo os dois se divertir. Pensei muito na Chris nessa hora. Eles curtem as viagens como eu e ela, bom demais ver isso!!!

Duas frases povoaram meus pensamentos durante a viagem: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena” e “Aproveita quem sabe, não quem quer”. São duas verdades verdadeiras na vida e principalmente em viagens. Quem quer aproveitar, aproveita, nos mínimos acontecimentos! Viagem de moto tem aquele apelo de aventura, de “fui lá longe”, mas nem todos conseguem realmente curtir uma. Estávamos em um grupo bom que soube aproveitar, cada um do seu jeito, o passeio!

Na decida, mais curvas, paisagens, um pouco de transito, mas delicioso! Fomos para o Hotel e eu fiquei “internado” no quarto para ver se melhorava. Minha preocupação era atravessar a Cordilheira novamente, em Calama, com gripe. Precisava de qualquer forma sarar antes disso. Dei um pulo em uma farmácia perto do hotel e comprei uns remédios para tomar. Salvaram a pátria já que eu havia levado pouco remédio para gripe.


 

Alguém tirou foto da preparação pra bolada!!!


Os dois ai no meio da imagem, são Paulo e Neusa. 100% aproveitamento!

 
Neve é legal né?
 

No dia seguinte acordamos cedo para fazer a troca de óleo nas motos, conforme combinado com o Carlos, da Moturing Chile. Chegamos um pouco cedo e fomos dar uma volta na região até a hora de ele abrir a oficina. Acabamos por encontrar uma loja da Triumph, que o Celso depois voltou para comprar uns presentinhos.


Carlitos, mecânico da Motouring. Parece o vocalista do Jethro Tull
 

Fizemos as trocas, compramos um pouco lá no Carlos e na Touratech, ali perto, e voltamos ao Hotel para nos preparar para o dia seguinte. À noite fiquei sabendo que o João ficaria em Santiago mais um ou dois dias por conta do barulho que sua moto fazia.

Saímos de Santiago bem cedo já que o dia era longo. Fizemos um trajeto alternativo, passando pela Cuesta Barriga e Cuesta Zapata, que são paralelas à rodovia 68 que vai até o Pacífico, mas muito mais interessante. Passamos por Viña Del Mar, onde abastecemos e seguimos pela Rodovia Panamericana, Ruta 5, até La Serena. Muitas fotos na placa que indica a rota de fuga em caso de Tsunami e pés molhados no Pacífico.


Alex, numa parada na Cuesta Zapata

Neusa e eu, em frente ao Canto Del Mar, La Serena
 

De La Serena seguimos até a cidade de Taltal. Pequena e acolhedora, era uma cidade dormitório de mineiros, chegando a ter uma população bem grande. Hoje é uma cidadezinha bem gostosa de visitar, com uma população muito animada. Aliás, era Halloween, que é comemorado no Chile e, as crianças estavam todas vestidas a caráter, buscando nas casas e lojas, por doces e presentes. Foi muito legal e também rendeu muitas fotos.


Reta monstro, na Ruta Panamericana


O trem que fica na frente do Hotel Mi Tampi, em Taltal
 

No restaurante onde jantamos, aconteceu um fato engraçado, que vou guardar por muito tempo: o Celso queria algum prato com alho e eu não me lembrava como se falava, então, para ajudar (ou atrapalhar mais ainda) o Alex vira para a garçonete e diz: “Conoces El Conde Drácula?”. Imagine, ele ia explicar o que era alho, “aquele que fica pendurado no pescoço das prováveis vítimas do Drácula”!!!! Jesus!!!! Por milagre a moça conseguiu entender sem que o Alex desse continuidade da história!!! Foi hilário!

 No dia seguinte saímos de Taltal, seguindo a rodovia do Pacífico, a Ruta 1, até onde ela vira ripio, em Poposo. Dali em diante, subimos uma serra maravilhosa até a Rodovia 710 que nos levaria de volta a Panamericana. Visitamos a Mano Del Desierto antes de seguir para nosso objetivo do dia, Antofagasta. Já na cidade, abastecemos e seguimos para outro monumento, esse natural, La Portada.


Dia de paisagens lindas...
 

Nosso 4º encontro, meu e da mão!


Quem tem gasolina para vender no deserto é Rei. 100 "reau" o litro


Se precisar de um gozador, esse não serve...


La portada


De Antofagasta fomos em direção ao que seria o principal ponto da viagem, San Pedro de Atacama. Uns dias antes, recebo um email do Hotel onde ficaríamos hospedados, o Don Raul, dizendo que nossa reserva para o dia 1º estava confirmada. Só que a nossa chegada era dia 2 e eu já havia recebido o voucher confirmando tal data. Foram muitos emails e telefonemas trocados com a Chris (que nos dava suporte) e com o Hotel. Um stress que passamos, eu e a Chris principalmente, e que além de tudo nos rendeu uma bela conta de telefone. Bom, faz parte.

Ao chegarmos lá o pessoal do hotel já havia resolvido o problema, nos reservando um quarto de casal lá e mais um de casal e um quádruplo no hotel ao lado, Hosteria Casa de La Mireya. Muito bom por sinal e, melhor, mais barato.

Quando entramos em San Pedro me assustei com a quantidade de gente. A rua principal parecia um show de rock. Apavorei-me com a possibilidade de não conseguir agência para o pessoal fazer os passeios, de tanta gente que tinha lá.

Fomos ao posto de combustível para deixar as motos já abastecidas e seguimos ao Hotel para nos acomodar. Em seguida, pedi aos companheiros que fossem rápido para irmos até as agencias, agendar os passeios.

Durante o planejamento eu tinha entrado em contato com o pessoal da agencia Grado 10 e, por sorte a moça que nos atendeu, muito bem alias, a Daniele, se lembrou disso e fez de um tudo para que conseguissem fazer os passeios com eles. Todos estavam lotados, mas a agencia conseguiu uma Land Rover, ano 2012, com um guia/motorista, que levaria o pessoal para os passeios no dia seguinte, Sábado. Para o Domingo, dia que visitariam o Geiser del Tatio, contratamos outra agencia, bem “mequetrefe”, mas que os serviu também.

Não vou me estender muito contando os passeios, mesmo por que não fui junto com eles por já conhecer todos. Economizei um dinheirinho e li um bom livro, descansando no Hotel. Quero apenas contar alguns fatos.

Na noite do Sábado, estávamos comemorando e jantando num restaurante que eu gosto muito de lá, quando o Paulo (que já havia ido para o Hotel descansar) retorna com quem? Com o João. Isso mesmo, o João, que tinha ficado em Santiago para arrumar a moto, veio em dois dias, andando muitos quilômetros por dia, para nos encontrar em San Pedro. Foi muito emocionante e nos fez pensar sobre a capacidade de diversão, novamente, de um motociclista. “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena!”.


Olha o João ali!
 

Passamos o Sábado e o Domingo lá, com muita diversão, paisagens, fotos, e tudo o que é possível aproveitar em San Pedro.
 

Eu, Alex, Edu e Licancabur ao fundo
 
 
Laguna Miscanti. O pessoal caprichou demais nas fotos!
 
 
Vale de La Luna
 
 
Geiser Del Tatio
 
 
Na segunda seguimos para a Argentina novamente. Nosso destino do dia seria San Salvador de Jujuy, mas antes, passaríamos pelo trecho da Cordilheira que considero um dos mais bonitos, pelo Paso de Jama. Todos adoraram! Passamos por várias llamas, flamingos, curvas e mais curvas, tudo com a paisagem linda do deserto do Atacama.


 
 
Essa foto ficou demais!!!
 
Saída de San Pedro Atacama
 
 
 
Aduana em Jama
 
Salina Grande, Argentina
 
Montanhas multi cores na Ruta 9, perto de Jujuy
 
 
No dia seguinte, eu havia preparado dois roteiros diferentes. Um mais radical até Cafayate, passando por cidades como Payogasta e Cachi, e locais turísticos como Cuesta del Obispo, Piedra del Molino, Parque Nacional Los Cardones, entre outros. Esse, contemplava uns bons quilômetros de ripio, pela Ruta Nacional 40. O outro ia direto pelo asfalto até Cafayate, com outros pontos turísticos também como Garganta del Diablo, Quebrada de Las Conchas, entre outros. Todos os dois bem divertidos, para cada gosto.

Seguimos eu, o Alex e Eduardo pelo mais radical e o resto do grupo seguiu pelo “lado rosa”, como diziam meus amigos na época de trilha! Foi muito divertido e este vídeo mostra bem. No final do vídeo dá pra ver exatamente a nossa emoção.

 


Comecinho da Cuesta Del Obispo
 
No alto da Cuesta



Reta de Tim Tim. Nada de mais, só mais uma reta, mas com nome!
 
Ruta Nacional 40, após Cachi
 
Nesse lugar, depois alguém me confessou que queria chorar!!!
 

Em Cafayate, o Hotel Emperador, que eu havia ficado com a Chris em 2011, tem um bar bem ao lado. Pensei “nossa, o Celso bem que poderia estar nos esperando com uma cerveja gelada no bar!”. E não é que ele estava? Muito gelada e super bem vinda!

 
A moto do sedex e a loira que nos esperava!!!

Putz, sujei a moto toda!!!

Grandes parceiros... Alex e Eduardo.
As amizades que ficam é o que realmente importa nessa vida!!!

Lavanderia do Hotel Emperador???
 

No dia seguinte continuamos em Cafayate, já que se trata de uma cidade em uma região de muitas vinícolas, para que o pessoal pudesse passear, comprar e conhecer os vinhos e também descansar.


 


De Cafayate, seguimos então para o último terço da viagem. Saímos em direção a Santiago del Estero, passando pelas Ruínas de Quilmes, Quebrada de Los Sosa, além das cidades de Tafi del Valle e Termas do Rio Hondo.


 
 
 
 
 
 

De Santiago seguimos para Resistência, num dia extremamente quente e exaustivo. Passamos pela estradinha que eu havia passado com a Chris em 2011, estreita e de concreto, que foi uma das últimas emoções da viagem, além do próprio calor.


 
 
 
 
Em Resistência, o Hotel que ficaríamos, o Atrium, estava lotado. Não tinha feito reservas ali, já que não tinha certeza de nossa chegada naquele dia. Recebi algumas indicações da atendente do Hotel e acabamos por encontrar um excelente, a beira da Rodovia Nacional 16, com tudo que tínhamos direito depois de um dia de muito calor, foi muito bom!

A noite, no jantar, o pessoal fez uma homenagem para mim que me emocionou muito, principalmente as palavras da Neusa, muito emocionante e gratificante mesmo. Eu é quem tinha que agradecer a todos eles, pelo que aprendi e pude aproveitar durante a nossa convivência.

Seguindo, fomos para Puerto Iguazú onde pernoitamos para no dia seguinte fazermos compras no Duty Free e seguir para Maringá. De Maringá viemos até Rio Preto, onde nos despedimos do Alex e do João que ainda seguiriam viagem.



3ª Fase – O legado

Eu acabo prestando muita atenção às reações das pessoas, antes, durante e depois das viagens e acabei assim, desenvolvendo algumas teorias. A principal delas eu percebi nas primeiras viagens que fiz com a Chris. Quando fomos para Ushuaia, por exemplo, a primeira grande viagem dela, vi que muita coisa ela comentava em tom crítico. Desde a moto, temperaturas, roupas, tudo. Mas estava se divertindo também. Era possível perceber isso!

Depois da viagem, vieram os ganhos. Ela já pilotava melhor, tinha muito mais segurança em tudo, e afirmo que não era específico da vida motociclistica. Estendeu-se em todos os ambitos da vida dela. Então, a teoria é a seguinte: se a pessoa quiser, se prestar atenção nisso, vai saber que após uma grande viagem, vem um desenvolvimento enorme, de pilotagem até relações pessoais. O aprendizado consequência de uma experiência dessas segue para a vida toda. Cada vez que acontece algo onde o bom senso, a calma ou a paciência é testada, lembro-me de algum acontecimento em viagem e sei que “dou conta” do recado.

Então é assim, a viagem se divide em três etapas distintas: a primeira que é o planejamento e preparação, a segunda que é a viagem mesmo e a terceira que é o aprendizado ou, o legado.

Compare por exemplo com uma criança na escola. Tudo é difícil, tudo é um problema, as provas são complicadas, estudar é um martírio, mas, assim que a nota da prova sai, boa ou ruim, o que vem a seguir eu equiparo a essa terceira etapa. Se boa nota, o alívio e a certeza que é possível desenvolver-se e aprender sobre qualquer coisa. Se ruim, sabe-se que algo foi feito de maneira equivocada, sem organização e da mesma forma, aprende-se uma lição.

Nesta viagem comentei isso com os amigos e percebo que em sua maioria, as atitudes mudaram. Imaginem uma pessoa sem o costume de viver na simplicidade, sem as facilidades do dia a dia, tendo que fazer isso e ainda por cima conviver com pessoas que não está acostumada. Alguma coisa deve ter tido como aproveitamento, consequência dessa experiência. Imagine uma pessoa que nunca havia andado quilometragens altas, ter que fazer isso, e pior, todos os dias. Andar em terra, fazer paradas menores ou maiores que as de costume, dar razão à outra pessoa, conviver com os medos, com as vaidades e personalidades diferentes, durante tanto tempo. De alguma forma isso se refletirá no futuro.

Acho muito legal ver o avanço da Chris e o meu, após cada experiência dessas. Na pilotagem, nos relacionamentos, no companheirismo, na necessidade de ser paciente, de ser amigo, de ouvir quando não queria, de ouvir o que não queria e saber entender. Talvez seja essa terceira fase, a explicação mais sensata do por que viajar, do por que executar, agir, sair do comum, do natural, e experimentar novidades.

 

Conclusões

Para mim foi uma das experiências mais enriquecedoras que tive a oportunidade de participar. Novos amigos, velhas amizades fortalecidas, confiança na própria capacidade de agir, de liderar, de lidar com as diferenças e dificuldades. Acreditei na minha vontade, sonhei, planejei e executei. Depois parei, comparei com a minha vida e de novo, aproveitei tudo e aprendi mais um monte de coisas.

Ah, e o mais importante: não perdi ninguém pelo caminho!



 
 


7 comentários:

  1. Bom dia! Primeiramente, gostaria de parabenizá-los pelo site. Há bons relatos e bastante informação. Fiquei curioso em saber onde conseguiram, ou a marca, do galão extra de gasolina? Me refiro ao galão da foto a seguir: http://3.bp.blogspot.com/-KEYbGbvTk9M/UNxXgIOAmrI/AAAAAAAAAaY/dDsseDKeiks/s1600/01102012275.jpg

    Pretendo fazer uma viagem para lugares onde não haverá muitos postos de gasolina e, muito provavelmente, precisarei de gasolina extra.

    Desde já, obrigado pela atenção!
    Kallás

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    1. Kallás,
      Bom dia,
      Esse galão é Canadense! Mas olha, é uma frescura. Pode levar galão tipo "bombona", feito para produtos quimicos, dá na mesma, com a vantagem de você não ficar se preocupando se vão te roubar ele, hehehe!
      Abraços,
      André

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  2. Ahh! Obrigado pela informação! Estou quase comprando um tanquinho de gasolina de motor de popa (12L). Não vou precisar de tanto, mas, quebra o galho. A título de curiosidade, nas minhas pesquisas pela internet, uma outra pessoa me deu uma dica de galões no exterior e repasso para você.
    Fica a dica: http://www.rotopax.com/
    Valeu!
    Kallás

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  3. GLK, compre um galãozinho de 5 litros, desses de produtos quimicos. Quanto mais chique o galão, mais preocupação você terá com roubo, vai por mim!

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  4. Parabéns pelo relato, André. Gosto muito de ler relatos de viagens de moto e gostei muito dos seus. Assim vou sonhando com a minha viagem que um dia chega. Quem sabe, se vc levar em frente essa história de guia de turismo, tento embarcar numa futura viagem.
    Valeu!!
    Samuel Souza

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  5. Que bela viagem e quão bem escritos os relatos! Nem se falam as fotos... maravilhosas!
    Vai fazer mais passeios pagos guiados?
    Abraços!

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    1. Boa tarde Douglas, estamos saindo em Maio agora para um passeio igual à esse. Se te interessar me envie um email (andrecneto@terra.com.br), abraços e obrigado pelas palavras!

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