sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Ushuaia 2010 - 10º Dia - 21/11/2010 - 506 km

Saímos bem cedinho de Piedrabuena por que o dia seria longo, já que a intenção era passar Rio Gallegos e entrar na Tierra Del Fuego, se possível chegar à Rio Grande.

A estrada é sensacional neste trecho, apesar da vegetação constante desde Bahia Blanca, estepes, uma vastidão absurda, além do vento forte demais. Falando do vento, bem cedinho o vento é mais fraco e percebemos isso uns dias antes, então optamos por sempre sair bem cedo.


Paramos uns 100 km depois da saída para nos proteger melhor do frio que ali já era intenso.


Sempre ao lado de uma parede ou entre carros para que as motos continuassem em pé!!!

Abastecemos em Rio Gallegos e seguimos rumo ao Transbordador Austral para cruzar o estreito de Magalhães. Demos muita sorte por que a balsa estava quase saindo, chegamos na hora. Entramos nela e paramos as motos.


Nesta balsa as motos vão soltas e como o mar estava muito bravo e o vento continuava forte, tivemos que ficar o tempo todo segurando as motos para que não caíssem, coisa de loco! Não curtimos muito essa viagem, mas foi rápida e logo estávamos descendo na Tierra Del Fuego, que baita emoção!!!

Vale como informação o fato de que não se compra um ticket para a balsa antes, em guichê ou coisa do tipo. Deve-se entrar nele e logo em seguida procurar o "caixa" que fica dentro da mesma para fazer o pagamento. Pagamos $ 8400 pesos Chilenos para nós dois e as duas motos.



Logo após a balsa, uns 20 km tem a cidadezinha de Cerro Sombrero, se precisar abastecer é lá por que depois só em Rio Grande. De Cerro Sombrero até San Sebastian, um pouco depois, a estrada é de rípio. Uma coisa que percebi é que o rípio Argentino, diferente do nosso "cascalho", não tem muita areia, o que o torna um pouco mais "duro", ou seja, é mais sensível ao corpo. Se puder, pilote em pé para não sofrer tanto. Mas a estrada é boa, com movimento de caminhões e carros por ser uma das únicas que ligam as cidades litorâneas ao Estreito de Magalhães.

Após andarmos uns 20 km dos 120 km de rípio (mais ou menos), minha moto simplesmente apagou. Morreu mas continuava viva no painel. Desengatei e tentei dar a partida e ela pegou... Ufa, pensei, é o interruptor do descanso! E não é que era ele mesmo? Maravilha de defeito, daqueles que agente sabe o que é, e pior, sabe como contornar. Imediatamente desci da moto, pedi pra Chris ficar esperta com os caminhões que vinham e avisá-los, já que paramos após uma curva e saquei o "kit gambiarra" para começar a cirurgia.
Demos muita sorte por que além de tudo, paramos ao lado de uma pequena montanha que nos protegia do já quase querido vento!




A Chris fez um vídeo do momento que ficou muito legal:


Na estrada existe muito companheirismo por parte de todos que a utilizam. Existem placas dizendo "se vir um acidente, ajude as vitimas!" acredito que por causa da vastidão do lugar. E é bem isso que acontece! Enquanto estávamos parados, parou um caminhão perguntando se precisávamos de algo, se tínhamos as ferramentas necessárias. Muito legal isso! E ali é preciso mesmo por que acredito que um guincho ou qualquer tipo de socorro deve ser bem complicado. Que o diga nosso amigo Gaspar, que sofreu um acidente ali bem perto. Vou falar disso mais pra frente!
Bom, passado as emoções e saindo como heróis, hehehe, tipo, "tá vendo como eu entendo", hehehehe, pura sorte, seguimos no rípio rumo à San Sebastian, cidadezinha minúscula que fica logo antes da Aduana Chilena. Ah, esqueci de mencionar que antes da Balsa havíamos passado pelas Aduanas da Argentina (saída) e do Chile (entrada). Sem problemas, tirando o fato de estarem bem movimentadas pois chegamos logo após um ônibus! Dica: se vir um ônibus na estrada antes da Aduana, passe ele, senão vai ficar numa baita fila pois os passageiros também tem que fazer os trâmites aduaneiros, como você.

Chegando em San Sebastian, fomos até a Hosteria La Frontera, única do local, do Sérgio. Era indicação também do meu amigo de Rio Preto, o Neves. A Hostería é ótima, com quartos bons, banho quente, sem estacionamento coberto, mas dá para parar as motos logo atrás dos quartos, protegida do vento. A Hosteria na verdade é um restaurante, muito bem servido pelo Sérgio e sua esposa, com as acomodações atrás. Funciona com gerador de energia que é desligado às 22 hs, mas a calefação continua funcionando.
Pagamos $ 30000 pesos Chilenos.



Nos instalamos, tomamos um bom banho e fomos comer alguma coisa no restaurante. Tomamos algumas garrafas de vinho e comemos um senhor jantar, embalados por bons papos com o pessoal que estava hospedado ali, foi muito bom, recomendo!


Nessa foto já é noite! Lá começamos a presenciar o sol se por lá pelas 22 hs e nascer às 4 da manhã!


Pagamos um total de $ 59400. Os vinhos, jantar e café da manhã (não incluso) quase ficaram o preço da hospedagem...."bando de bebuns!"....




Fizemos muita amizade na Hosteria além do Sérgio. É um bom lugar para pernoitar!

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