quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ushuaia 2010 - 22º Dia - 3/12/2010 - 705 km

Nosso objetivo do dia era chegarmos à Buenos Aires, mais precisamente na casa da Valéria, em Glew, prima da Chris. Eu estava com saudades de dormir ao som dos trens passando ao fundo da casa dela, hehehehe!

Me preocupava um pouco a relação da Falcon da Chris. Durante a viagem, já havia ajustado ela 3 vezes e estava protelando o próximo ajuste, pois estava com no máximo mais uma regulagem de espaço na balança para ser feita. Levamos um total de 4 tubos de Graxa Spray, compramos mais 1 em Ushuaia, lubrifiquei as correntes a cada 400 kms, pelo menos, e mesmo assim a relação da Falcon se foi!

Antes da viagem, no planejamento, havia falado pro Eduardo Victoretti, meu mecânico e amigo há mais de 15 anos, que havia o problema do vento e talvez fosse necessário sair daqui com a relação nova, pelo menos na Falcon. Mas como já havia feito outras viagens de longa distância (de Falcon) e chegado com a relação inteira, e como a Falcon estava somente com 9 mil km na ocasião da partida, resolvemos de comum arriscar.

Um amigo de Rio Grande-RS, o Willian Neves, já havia me alertado sobre o desgaste prematuro desse conjunto, por causa do forte vento. Me contou do problema que teve para arrumar uma relação para sua XT quando esteve em Ushuaia e me recomendou que levasse uma relação ou, ao menos um pinhão, pois a corrente seria mais fácil encontrar.

Bom, levei o pinhão, mas mesmo assim tive um trabalho. Na altura de Benito Juarez, após fazermos um abastecimento num YPF, muito legal diga-se de passagem, saindo para a rodovia a Chris me chama no comunicador: "André, a moto fez um "tec" e parou de andar!". Na hora eu sabia que era a corrente e voltei uns 200 metros ao seu encontro. Quando vi a "barriga" da corrente, escapada mas ainda firme na moto, sem ter quebrado, me deu um alívio danado. Parei a DL atrás dela, saquei o "kit gambiarra" e me pus a verificar o acontecido. Para se ter uma ideia do tanto que havia "afrouxado" a corrente, coloquei ela de volta na coroa sem desapertar o eixo da roda traseira, igual uma bicicleta. Não imaginava que estava assim tão solta!

Fiz um ajuste, o último que havia possibilidade, lubrifiquei mais um pouco e seguimos para Buenos Aires, já sabendo que teria que conseguir uma corrente, pelo menos, para reposição; esta não chega ao Brasil!

Olhem só que coisa, no mínimo estranha: eu, André, já conhecido por inúmeras "gambiarras", formado em Engenharia Mecânica, com curso de mecânica no Senai, anos de motociclismo, modestamente, percebi que quando eu arrumo a moto da Chris, ela não confia de cara que ficou tudo certo, hehehehehehe! Vai entender!

Demorei a perceber que todas as vezes que fiz algum ajuste na moto dela, ela em seguida volta a andar bem devagar, com medo de alguma coisa. Desta vez dei um "basta", falei no intercom: "Tá devagar por que? Tá ouvindo algum barulho?" e ela: "Não, nada, é que...... pode acelerar????", hahahahahahaha, não sabia se ficava nervoso ou se dava risada!!! "Menina, vai confiar em quem no meio do nada??? Ainda mais, imagina se eu que te amo tanto, vou fazer alguma coisa sem atenção na sua moto??? Tá doida???", falei meio calmo, meio nervoso!

Emfim, ficou na nossa história mais esse fato! Nas próximas já vou alertar ela antes que está tudo bem! E é até bom, e sensato da parte dela, duvidar da manutenção, além de ela prestar mais atenção no serviço, eu também farei o mesmo, por que já pensou, se é assim dando certo, se der algo errado eu vou pagar caro demais!!!

Chegamos em Buenos Aires ainda de dia, no horário comercial. Já fui procurando no GPS alguma oficna por perto, ou no nosso caminho e encontrei uma. Entrei, vi que a loja tinha a corrente, mas não a coroa e o pinhão, mas mesmo assim, já que no outro dia seria um Sábado, deixei o serviço combinado com o atendente. Não anotei o nome da loja mas fui muito bem atendido e o preço seria razoável.

Já em Glew, na casa da Valéria, perguntei a ela se conhecia alguma revenda ou agência da Honda e ela, prontamente foi ligar para um conhecido que nos indicaria uma. Saquei minha listinha de revendas e anotamos umas 3 que seríam nosso foco no outro dia cedo.

Na casa da família da Chris, em Glew, moram 2 tias, a prima Valéria e os 2 filhos, o Juan e a Juana. Adorei o lugar que moram e a recepção, que como na ida, foi sensacional! Olhem só quem estava nos esperando:


Merecem todo meu carinho! Obrigado gente!!!!

a "artista" com a mãe, Valéria ao fundo

o coitado do São Bernardo que protege a casa, na ida
estava cabeludo e na volta, humilhado, todo careca!




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